terça-feira, 6 de setembro de 2011

COMO NOSSOS PAIS



A vida é uma questão em todos os parâmetros. Já tentei me desviar, me esconder de seus absurdos, mas desisti. É inútil lutar contra a maré que sobrepõe nossas vidas e nos deixam tão vulneráveis. Despertem-me deste pesadelo que vivo! Já dizia a vocalista da Banda Evanescence: _ Só vive um pesadelo quem não quer acordar. E eu estou tentando acordar, sair deste marasmo de vida. Quem me conhece sabe que ela é bem agitada, mesmo a chamando de morna. Mas ela precisa de outras cores, de outros ousares, de outros questionamentos e novas respostas. Não quero chegar ao fim de meus dias, rancoroso, culpando o mundo e os outros por não ter vivido realmente, por ter descoberto que a vida é simples e bela, que bastava apenas que abrisse meus olhos e visse o quanto ainda vale apena viver de verdade e não brincar de existir dentro dessa rotina infernal que teimamos em chamar de vida.
                Todos dizem que devo ser mui feliz por ter uma carreira educacional em um bom processo, por ter um salário não tão digno, porém que agradeço todos os dias por ele, por ter minha casa própria, uma família que me ama e está sempre rodeado de amigos e colegas. Dizem que não tenho o direito de reclamar de nada, e realmente não reclamo dessas coisas aí citadas. Sobretudo creio que a vida deve ser bem mais do que o convencional que nos é oferecido. Tudo que foi dito é especial e merece nossa atenção. Mas quanto ao mundo mágico que há em nós, em nosso intimo, nossa sede por descobertas, por aventuras, por navegar outros mares? Devemos sufocá-lo e deixar nossa alma cada vez mais sem um norte? Não sei você, mas não consigo viver de mesmices. Quero conhecer quantos lugares e pessoas diferentes eu poder. Experimentar novas culturas, seus costumes, suas lidas e prazeres. Se me acostumo as jaulas deste pequeno pedaço de Brasil, o máximo que vou conhecer é minha sala de aula e meus alunos. E a vida vai passando sem que percebamos, se tornando chata e sem sentido. Não que eu queira abandonar tudo, morar fora, coisa e tal. O que eu quero mesmo e quero que você entenda é que preciso de um tempo especial para mim enquanto me há juventude e força. Sei que muitos se sentem assim como eu, e não importa se na pequena ou grande cidade, todos nós temos nossos vazios interiores, sejam eles causados por falta de um amor, religião, dinheiro ou falta de si próprio... Amo o que faço atualmente, amo meus colegas e trabalho e alunos, mas não quero cair no conformismo e fazer de minha cidade, meu trabalho, estas pequenas coisas que vivo em meu tumulo partícula que preparei antes pra mim antes de minha morte e já o habito.
Fiquei chocado ontem a noite quando uma moto me para e vejo um amigo que a muito tempo não via. Ele para a moto, vem ao meu encontro, me abraça. Digo: _ Que prazer te ver amigo! Ele me responde: _ Meu pai tirou sua própria vida a noite passada e eu vim de longe só pra enterrá-lo. Fazia três anos que não o via. Pow, no momento em que ele falou isso perdi o chão. As palavras travaram e só soube dizer: _ Quer ir a minha casa conversar sobre o ocorrido?. Nunca sabemos quando ou como vamos ficar sabendo de determinadas coisas. Elas simplesmente acontecem. Por isso que nem sempre o amor ou apego que temos as coisas ou pessoas é a resposta. A resposta mui vezes pode ser uma noticia não agradável, pode vir acompanhada da morte de um ente querido, pode ser alguém que você muito ama e perde por culpa de seus caprichos idiotas, você pode perder seu trabalho para poder lembrar que deveria ter agradecido mais aos céus por tudo que tinha. O certo é que não temos todo o tempo do mundo para fazer a vida acontecer. Temos que acordar deste faz de conta que é nossa vida e partir pra real. Viver intensamente todos os dias, começando dentro de sua casa com sua família, amar todos os que lá habitam em seus defeitos e virtudes, ser agente transformador em seu trabalho, por meio do ensino ou de um simples sorriso na sala de aula que pode vir a fazer a diferença, agir intensamente em todos os lugares e procurando novos horizontes, novos espetáculos de vida para serem vividos e repassados como experiências positivas.
Muitas coisas tem mudado em mim nestes últimos meses e creio que para melhor. Não vejo mais como antigamente. Não falo como outrora. Não sinto mais os mesmo sentimentos velhos e cobertos de cinzas. Algo se faz novo e está no ar. Não consigo ainda entender seus sinais, mas está acontecendo suavemente essa mutação em nosso derredor. Costumo denomina isso como uma revolução silenciosa. O mundo passa por mudanças, geme em dores de parto e temos que nos adequar ao novo eu está por vir. Não deixe o sol se pôr pela ultima vez em tua vida antes que tu tenhas compreendido teus sinais e teu silencio em ser é o que é... Um pôr-do-sol... O novo sempre vem... (Musica Como os Nossos Pais.)

               

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