sexta-feira, 26 de agosto de 2011

QUE SE DANEM OS NÓS II (UM POUCO MELOSO. HEHEHE)

          
          Ah, que se danem todos os nós que nos colocam em prisões sem muros. Que se danem todas as mascaras e personagens, toda musica não tocada, todo sentimento não vingado, todo desejo recolhido, toda magoa guardada, todo espelho quebrado. Não quero mais me ver em pedaços na imagem refletida. Não quero mais juntar os cacos caídos ao na beira da estrada, nem recolher sentimentos falhos que um dia experimetei regados ao vinho. Foi tudo em vão? Não. Mas faltou mais sobriedade e menos impulsos. 
          Que se danem todos os que me dizem Amém! Todos os que oram pedindo meu desassossego, todos os que me falam que o mar não pode se apaixonar por uma lagoa¹, que eu não serei feliz por ter me apaixonado por mim mesmo, que em breve vou me trair. Que me deixem em paz os que não entendem a lua como uma possivel namorada, que não enxergam o sol brando e simples mandando seus beijos quentes e apaixonantes. Eu estou vivo, quente, brando, suave... Infernizando meu coração sacana e insistindo em querer o duvidoso  e  o inconstante. To gritando com ele, ditando novas regras, possuindo-o  novamente. Quero reinar em mim, ser meu próprio imperador para fazer chover quando eu bem entender, fazer nascer o sol a um simples comando meu, criar uma nova natureza em mim, sem medo dos que já se danaram, dos que soprei para longe... _ "Já não escuto musica ao longe"...²
          Que dane-se o materialismo, os apegos a este mundo, o dinheiro sujo no bolso de tantos, o fanatismo politico, a idolatria dos palcos... Mas que se vá  tudo isso para não mais voltar. Pois me encontro observando o que jamais quis ver, vejo cores jamais pintadas por nenhum pintor famoso, musicas jamais entoadas...
         Estou construindo meu próprio mundo...  e os leões estão sendo expulsos do meu jardim secreto.  Até mesmo arranquei a árvore do bem e do mal para não mais cair em tentação... Vou fazer o que creio... dar nomes as novas formas de vida e sentimentos. Ficarei ali, quietinho... livre... criando o meu Éden... do meu próprio geito... com minha propria aquarela...
Então, quando eu estiver debaixo da Árvore da Luz, estarei seguro e verei segurança ao meu redor e não precisarei mais dizer E que se danem os nós.... Será apenas o nós...








¹ O Teatro Mágico
² Érico verissimo

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